Para os leitores mais interessados nas origens das
palavras, calculus, na Roma antiga, era uma pequena pedra ou seixo utilizado
para contagem e jogo, e o verbo latino calculare passou a significar
"figurar", "computar", "calcular". Hoje o Cálculo
é um sistema de métodos para resolver problemas quantitativos de uma natureza
particular, como no cálculo de probabilidades, no cálculo de variações, etc. O
cálculo abordado agora é às vezes chamado o Cálculo para distingui-lo de todos
os outros cálculos subordinados.
Às vezes é dito que o cálculo foi inventado por aqueles
dois grandes gênios do século XVII, Newton e Leibniz. Na verdade o Cálculo é
produto de um longo processo evolutivo que começou na Grécia Antiga e continuou
no século XIX. Newton e Leibniz foram homens verdadeiramente notáveis e suas
contribuições foram de importância decisiva, mas o assunto nem começou tampouco
terminou com eles.
Problemas semelhantes estavam presentes nas mentes de
muitos cientistas europeus do século XVII, tendo destaques às realizações de
Fermat, onde cada um colaborou imensurávelmente com engenhosos métodos de
resolução de problemas. A grande realização de Newton e Leibniz foi reconhecer
e explorar a intrínseca relação entre o problema da tangente a uma função f(x)
e a área sob esse mesmo gráfico, que na época ninguém entendia muito bem.
Podemos dizer que eles foram os primeiros a entenderem
profundamente o Teorema Fundamental do Cálculo, o que diz que a solução do
problema da tangente pode ser utilizada para resolver o problema da área. Esse
teorema, certamente o mais importante da matemática, foi descoberto por cada um
deles, quase que simultaneamente, independentemente um do outro. Porém sendo o
trabalho de Leibniz mais claro, atribuíram-lhe todos méritos. Seus sucessores
uniram os dois fantásticos raciocínios para criar uma arte de resolução de
problemas de poder e versatilidade impressionantes.
OS
PROBLEMAS BÁSICOS DO CÁLCULO.
Os problemas do cálculo resumem-se em um numero de dois,
são eles: o problema das retas tangentes e o problema das áreas sob uma curva.
Iniciaremos nossa abordagem pelo problema das tangentes, pois para dissolvermos
o problema das áreas é necessário, anteriormente, o domínio de artifícios
geométricos e algébricos propostos pelas tangentes.
Temos então uma reta tangente a uma curva expressa por y =
f(x), nosso estará concentrado em encontrar o coeficiente angular formado entre
a reta tangente e a curva. Antes de prosseguirmos devemos ter total
conhecimento do que é uma reta tangente. Temos uma circunferência como exemplo,
uma reta tangente seria aquela que interceptaria a circunferência em apenas um
ponto, esse seria o nosso ponto de tangencia, portanto as retas não tangentes
interceptam a curva em dois ou mais pontos ou interceptam-na em ponto nenhum.
Essa situação reflete a idéia que a maioria das pessoas
tem de tangente à uma curva num ponto dado como sendo uma reta que toca a curva
naquele ponto. Essa definição foi usada com sucesso pelos gregos ao tratarem de
circunferências e algumas curvas especiais, mas, para curvas em geral, ela é
falha.
Eis que Fermat, grande matemático do século XVII,
generalizou o conceito de reta tangente à curvas quaisquer, o enunciado era o
seguinte: considere uma curva f(x) e P um dado ponto fixo sobre essa curva.
Considere Q um segundo ponto próximo de P sobre essa curva e desenhe uma reta
secante PQ.

A reta tangente à P pode ser encarada como posição-limite
da reta secante variável quando Q desliza ao longo da curva em direção a P.
Essa idéia qualitativa nos leva a métodos quantitativos para o cálculo do
coeficiente angular exato em termos da função f(x). É preciso não banalizar tal
conceito, pois, sem ele, não haveria a formalização do conceito de velocidade e
aceleração instantânea ou qualquer tipo de força em Física.
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