Uma função é uma maneira de associar
a cada valor do argumento x um único valor da função f(x). Isto pode ser feito
especificando através de uma fórmula um relacionamento gráfico entre
diagramas representando os dois conjuntos, e/ou uma regra de associação, mesmo
uma tabela de correspondência pode ser construída; entre conjuntos numéricos é
comum representarmos funções por seus gráficos, cada par de elementos
relacionados pela função determina um ponto nesta representação, a restrição de
unicidade da imagem implica em um único ponto da função em cada linha de
chamada do valor independente x.
HISTÓRIA
Como um termo matemático,
"função" foi introduzido por Leibniz em 1694, para descrever
quantidades relacionadas a uma curva; tais como a inclinação da curva ou um
ponto específico da dita curva. Funções relacionadas à curvas são atualmente
chamadas funções diferenciáveis e são ainda o tipo de funções mais encontrado
por não-matemáticos. Para este tipo de funções, pode-se falar em limites e
derivadas; ambos sendo medida da mudança nos valores de saída associados à
variação dos valores de entrada, formando a base do cálculo infinitesimal.
A palavra função foi posteriormente
usada por Euler em meados do século XVIII para descrever uma expressão
envolvendo vários argumentos; i.e:y = F(x). Ampliando a definição de funções,
os matemáticos foram capazes de estudar "estranhos" objetos
matemáticos tais como funções que não são diferenciáveis em qualquer de seus
pontos. Tais funções, inicialmente tidas como puramente imaginárias e chamadas
genericamente de "monstros", foram já no final do século XX,
identificadas como importantes para a construção de modelos físicos de
fenômenos tais como o movimento Browniano.
Durante o Século XIX, os matemáticos
começaram a formalizar todos os diferentes ramos da matemática. Weierstrass
defendia que se construisse o cálculo infinitesimal sobre a Aritmética ao invés
de sobre aGeometria, o que favorecia a definição de
Euler em relação à de Leibniz (veja aritmetização da análise). Mais para o
final do século, os matemáticos começaram a tentar formalizar toda a Matemática
usando Teoria dos conjuntos, e eles conseguiram obter definições de todos os
objetos matemáticos em termos do conceito de conjunto. Foi Dirichlet quem criou
a definição "formal" de função moderna.
FUNÇÃO EXPONENCIAL
Conta a lenda que um rei solicitou
aos seus súditos que lhe inventassem um novo jogo, a fim de diminuir o seu
tédio. O melhor jogo teria direito a realizar qualquer desejo. Um dos seus
súditos inventou, então, o jogo de xadrez. O Rei ficou maravilhado com o jogo e
viu-se obrigado a cumprir a sua promessa. Chamou, então, o inventor do jogo e
disse que ele poderia pedir o que desejasse. O astuto inventor pediu então que
as 64 casas do tabuleiro do jogo de xadrez fossem preenchidas com moedas de
ouro, seguindo a seguinte condição: na primeira casa seria colocada uma moeda e
em cada casa seguinte seria colocado o dobro de moedas que havia na casa
anterior. O Rei considerou o pedido fácil de ser atendido e ordenou que
providenciassem o pagamento. Tal foi sua surpresa quando os tesoureiros do
reino lhe apresentaram a suposta conta, pois apenas na última casa o total de
moedas era de 263, o que corresponde a aproximadamente 9 223 300 000 000 000
000 = 9,2233.1018. Não se pode esquecer ainda que o valor entregue ao inventor
seria a soma de todas as moedas contidas em todas as casas. O rei estava
falido!
A lenda nos apresenta uma aplicação
de funções exponenciais, especialmente da função y = 2x.
As funções exponenciais são aquelas
que crescem ou decrescem muito rapidamente. Elas desempenham papéis
fundamentais na Matemática e nas ciências envolvidas com ela, como: Física,
Química, Engenharia, Astronomia, Economia, Biologia, Psicologia e outras.
DEFINIÇÃO
A função exponencial é a definida
como sendo a inversa da função logarítmica natural, isto é:

Podemos concluir, então, que a função exponencial é definida por:

GRÁFICOS
DA FUNÇÃO EXPONENCIAL
Função exponencial
0 < a < 1
|
Função exponencial
a > 1
|
f: lR
![]()
x
![]() ![]()
● Domínio = lR
● Contradomínio = lR+
● f é injectiva
● f(x) > 0 , ⍱ x Є lR
● f é continua e diferenciável em lR
● A função é estritamente
decrescente.
● limx→ -∞ ax =
+ ∞
● limx→ +∞ ax =
0
● y = 0 é assimptota horizontal
|
f: lR
![]()
x
![]() ![]()
● Domínio = lR
● Contradomínio = lR+
● f é injectiva
● f(x) > 0 , ⍱ x Є lR
● f é continua e diferenciável em lR
● A função é estritamente crescente.
● limx→ +∞ ax =
+ ∞
● limx→ -∞ ax =
0
● y = 0 é assimptota horizontal
|
PROPRIEDADES DA FUNÇÃO EXPONENCIAL
Se a, x e y são dois números reais
quaisquer e k é um número racional, então:
- ax ay= ax + y
- ax / ay= ax - y
- (ax) y= ax.y
- (a b)x = ax bx
- (a / b)x = ax / bx
- a-x = 1 / ax
Estas relações também são válidas
para exponenciais de base e (e = número de Euller = 2,718...)
- y = ex se, e somente se, x = ln(y)
- ln(ex) =x
- ex+y= ex.ey
- ex-y = ex/ey
- ex.k = (ex)k
A
CONSTANTE DE EULER
Existe uma importantíssima constante
matemática definida por
e = exp(1)
O número e é um número irracional e
positivo e em função da definição da função exponencial, temos que:
Ln(e) = 1
Este número é denotado por e em
homenagem ao matemático suíço Leonhard Euler (1707-1783), um dos primeiros a
estudar as propriedades desse número.
O valor deste número expresso com 40
dígitos decimais, é:
e =
2,718281828459045235360287471352662497757
Se x é um número real, a função
exponencial exp(.) pode ser escrita como a potência de base e com expoente x,
isto é:
ex = exp(x)
O CRESCIMENTO POPULACIONAL
Em 1798, Thomas Malthus, no trabalho
"An Essay on the Principle of Population" formulou um modelo para
descrever a população presente em um ambiente em função do tempo. Considerou
N=N(t) o número de indivíduos em certa população no instante t. Tomou as
hipóteses que os nascimentos e mortes naquele ambiente eram proporcionais à
população presente e a variação do tempo conhecida entre os dois períodos.
Chegou à seguinte equação para descrever a população presente em um instante t:
N(t)=No ert
Onde No é a população presente no
instante inicial t=0 e r é uma constante que varia com a espécie de população.
É evidente que o gráfico correto
desta função depende dos valores de No e de r. Mas sendo uma função
exponencial, a forma do gráfico será semelhante ao da função y=Kex.
Este modelo supõe que o meio ambiente
tenha pouca ou nenhuma influência sobre a população. Desse modo, ele é mais um
indicador do potencial de sobrevivência e de crescimento de cada espécie de
população do que um modelo que mostre o que realmente ocorre.
Consideremos por exemplo uma
população de bactérias em um certo ambiente. De acordo com esta equação se esta
população duplicar a cada 20 minutos, dentro de dois dias, estaria formando uma
camada em volta da terra de 30 cm de espessura. Assim, enquanto os efeitos do
meio ambiente são nulos, a população obedece ao modelo N=Noer.t.
Na realidade, quando N=N(t) aumenta, o meio ambiente oferece resistência ao seu
crescimento e tende a mantê-lo sobre controle. Exemplos destes fatores são, a
quantidade disponível de alimentos, acidentes, guerras, epidemias,...
Como aplicação numérica, consideremos
uma colônia de bactérias se reproduzindo normalmente. Se num certo instante
havia 200 bactérias na colônia, passadas 12 horas havia 600 bactérias. Quantas
bactérias haverá na colônia após 36 horas da última contagem?
No instante inicial havia 200
bactérias, então No=200, após 12 horas havia 600 bactérias, então
N(12) =
600 = 200 er12
logo
e12r = 600/200 = 3
assim
ln(e12r) = ln(3)
logo
e12r = 600/200 = 3
assim
ln(e12r) = ln(3)
Como Ln e exp são
funções inversas uma da outra, segue que:
12r =
ln(3)
assim:
r = ln(3)/12 = 0,0915510
Assim:
N(48) = 200 e48.(0,0915510) = 16200 bactérias
assim:
r = ln(3)/12 = 0,0915510
Assim:
N(48) = 200 e48.(0,0915510) = 16200 bactérias
Então, após 36 horas da última
contagem, ou seja, 48 horas do início da contagem, haverá 16200 bactérias.
CONCLUSÃO
Podemos dizer que as funções são
utilizadas no nosso dia a dia. Em cálculos rotineiros como em juros,
produtividade de uma empresa...
A função pode ser expressa
graficamente, o que facilita a visualização do cálculo.
REFÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Hariki, Seiji – Matemática
aplicada:administração, economia, contabilidade / São Paulo: Saraiva, 2005.
Morettin, Pedro A. – Cálculo: funções de uma variável / São Paulo: Atual, 1987
Morettin, Pedro A. – Cálculo: funções de uma variável / São Paulo: Atual, 1987
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